Sim, o Brasil está um caos! E muita gente contribui para isso!

Não seja irracional ao postar nas redes!!

Não seja irracional ao postar nas redes!!

Sim, isso todos sabemos. O caos está instalado no Brasil e, potencialmente em alguns estados da federação. Porém, o que muitos navegadores de redes sociais não sabem, ou não querem saber, é que o caos do Brasil não é responsabilidade exclusiva do (des)governo do PT. Há muitos outros causadores/responsáveis.

Mais de 90% das pessoas que compartilham ‘conteúdos’ nas redes o fazem apenas para disseminar o que já chega pronto, sem nenhuma avaliação do que está sendo compartilhado quanto a sua veracidade ou autenticidade. Nada mais fazem do que pegar o que já está pronto, formatado e replicar, replicar, replicar… Não há busca por maiores informações, nem por outras ‘notícias’ que possam impactar tanto como as que temos visto diariamente.

O que mais vemos nas redes são notícias em que o atual partido que (des)governa o país aparece. Obviamente que não estou nada satisfeito com esse governo desgovernado, mas os problemas não começaram neles e tampouco são exclusividade deles. Mas a força que setores da mídia faz é para parecer isso e esquecer os demais políticos, seus partidos e suas lambanças.

Entre meus contatos, não tenho visto nada sobre o terrorismo com que o Governo Alckmin tem tratado estudantes na sua busca por fechar escolas no estado de SP. E aí vem a pergunta: onde estão aqueles que criticam a educação do Brasil e nada falam sobre fechamento de escolas?? Ou é apenas discurso contra um partido travestido de discurso político/moralista?? O significado disso é que o discurso parece tão somente político, tão somente seletivo. Ou seja, contra o (des)governo federal é pau de cima a baixo, já em relação aos outros governos de outros partidos ‘eu’ nem vejo… Ainda, o Governo do Paraná, no início desse ano, massacrou seus professores que reivindicavam por melhores salários. E onde está a indignação?? E o pior: o responsável por esse massacre, então secretário da segurança do PR, hoje é deputado federal, possui milhares de seguidores nas redes sociais, e se apresenta como paladino da moral e da ética…

Sim, a seletividade me incomoda!! Ou somos contra qualquer tipo de lambança e de corrupção de qualquer partido político e de qualquer tipo de cidadão, ou na verdade somos a favor da corrupção e de lambanças generalizadas! Precisamos de menos hipocrisia e menos seletividade e muito mais de austeridade! Por que as notícias sobre o filho do Lula são mega divulgadas e as notícias sobre filhos de FHC, Serra e outros nem são vistas? A mim não interessa se a roubalheira é do filho do Lula, do filho do FHC ou de qualquer outro filho da puta!!! Quero é que todos sejam tratados da mesma forma e sejam punidos se crime houver em suas atividades!! Ok, entendo que a institucionalização da corrupção pelo governo do PT, através de Mensalão e Petrolão, contribui muito para a formação dessa merecida imagem (e que não fique apenas na imagem, que sejam punidos exemplarmente). Mas eu não esqueço das lambanças de outros partidos que hoje se apresentam como santos purificados.

Em função de tudo isso, tenho cada vez mais certeza de que o Brasil é um país ainda muito frágil em diversos termos. Seja democraticamente, seja intelectualmente/culturalmente, seja politicamente. A visão seletiva faz com que assassinatos de pessoas brancas e mais bem classificadas socialmente gerem enorme repercussão e dramaticidade, ao contrário do que ocorre quando negros e pobres são mortos violentamente. A seletividade brasileira é política, social, além de ser descarada. E sabe porquê? Porque foi convencionado que quem questiona esse tipo de atuação é chamado de comunista, petista, petralha, canalha e tantos outros termos pejorativos, mesmo para aqueles que também criticam o (des)Governo Federal… É a maneira ‘bem argumentada’ dos ‘çábios’ oposicionistas defenderem a continuidade da seletividade e a retomada da perpetuação de seus entes políticos – também imorais e também desonestos – no cenário político-midiático como salvadores da pátria.

Enfim, cada um faz o que quer em seus perfis de redes sociais! Cada um pode ser Revoltado On Line e/ou seguir tantas outras páginas seletivas e apócrifas. Mas também cada um que posta tais absurdos precisa saber que ficará com uma imagem bem prejudicada e desgastada entre aqueles poucos que procuram ler e entender um pouco mais sobre todos os fatores que compõem o caos político desse nosso Brasil. Nunca esqueça que rede social não é um mundo diferente e que toda postagem e compartilhamento pode gerar algum constrangimento.

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Ah, pois é!

Existe algum termo mais indiferente e mais genérico do que o ‘pois é’? Ao mesmo tempo em que o ‘pois é’ pode ser entendido como uma resposta afirmativa, dependendo da maneira como ele é falado, o ‘pois é’ também pode ser negativo e também pode ser absolutamente NADA!

O dilema do ‘pois é’ está na comunicação escrita. Aí que o bicho pega! Imagine uma conversa via mensagem instantânea em que um dos interlocutores afirma que morre de paixão pela interlocutora. E ela apenas responde ‘pois é’… O que conseguimos entender disso? Nada, apenas Indiferença! Se bem que se o interlocutor estiver muito apaixonado vai entender isso como algo maravilhoso. Pobrezinho…

Essa imagem é capa do livro de Anesia Pacheco e Chaves - Pois é.  http://www.miroeditorial.com.br/index.php?apg=catalogo&npr=7

Essa imagem é capa do livro de Anesia Pacheco e Chaves – Pois é.
http://www.miroeditorial.com.br/index.php?apg=catalogo&npr=7

Ainda, o ‘pois é’ serve também para que a pessoa marque uma presença sem marcar NENHUMA presença! O interlocutor faz toda uma argumentação sobre determinado fato e o outro interlocutor responde com um ‘pois é’. E aí, o que se capta disso? Concordância ou discordância? Na real, é aquele posicionamento totalmente ‘desposicionado’. E o emissor da opinião cheio de presença imaginando que o parceiro de conversa está concordando com ele. Ingênuo…

Entretanto, o que realmente incomoda no uso do ‘pois é’ é quando você precisa verdadeiramente daquela opinião de um amigo – ou amiga – e a pessoa emite o tal ‘pois é’. Quando isso acontece entre pessoas próximas, pode procurar outro confidente, best friend ou seja lá o que for, pois esse ‘pois é’ é tão impessoal e desaforado que deve servir de alerta para que você possa selecionar melhor seus amigos.

Portanto, se realmente você já sentiu essa necessidade de um algo mais do que esse tal ‘pois é’ em algum momento de sua vida, reaja e mostre que você merece mais do que isso. Mas, caso você não consiga se mobilizar para tanto, só tenho a dizer a você ‘pois é’…

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Inspiração! Gatorade integra astros da NHL com jovens atletas do esporte paraolímpico

As grandes marcas mundiais que se relacionam diretamente com o esporte frequentemente promovem grandes campanhas. Assim tem sido com Red Bull, Nike, Adidas e tantas outras que promovem ativações de novos produtos de suas marcas ou quando simplesmente resolvem participar de ações sociais e beneficentes.

E esse é o mote da campanha da Gatorade ao levar grandes astros da NHL – National Hockey League – para jogar uma partida de hóquei com jovens atletas da modalidade paraolímpica. No vídeo abaixo é possível ver a alegria dos jovens ao poder desfrutar desse momento único com jogadores como Sidney Crosby, Claude Giroux, Logan Couture, Scott Hartnell e Nathan MacKinnon. Mas também é possível, através dos depoimentos dos astros da NHL, identificar o quanto é gratificante participar desse tipo de ação e o quanto é possível aprender com estes jovens atletas que convivem diariamente com suas dificuldades.

Veja o vídeo!

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Grândola, Vila Morena

Estava ‘zapeando’ pelo Youtube, mais precisamente pelas músicas da banda paulista 365, e comecei a escutar a versão deles para a belíssima canção portuguesa “Grândola, Vila Morena“. E foi um excelente achado, de modo que relembrei dessa versão que gosto muito e, ainda, relembrei da linda história que está por trás dessa canção.

A composição é de Zeca Afonso, gravada em 1971, e foi uma das ‘senhas’ para o início da Revolução dos Cravos em 1974. A rádio portuguesa Renascença tocou a canção, em abril de 1974, sendo a identificação para que os revolucionários portugueses dessem início à operação de luta contra o fim da ditadura portuguesa. Assim, esta música tornou-se símbolo da revolução e, por consequência, da democracia em Portugal.

Segue a letra de Zeca Afonso abaixo:

Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade

Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade

Agora, o vídeo com a versão da Banda 365:

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RIP Joe Cocker! Descanse em paz! Pois seu legado estará sempre ativo conosco!

O britânico John Robert Cocker (20/05/1944 – 22/12/2014) foi e será para sempre único! Sua força e sua energia nos palcos para sempre ficarão em minha memória, seja nos vídeos que sempre assisti ou naquela noite maravilhosa em que o admirei ao vivo em Porto Alegre em 2012.

Fui apresentado ao magnífico Joe Cocker em 1991, durante o Rock In Rio II. Lembro-me, ao ver pela TV, daquele Maracanã lotado entoando os principais sucessos de Cocker. Confesso que naquela época eu era apenas um ‘rocker‘ acompanhando as bandas de rock no festival, mas a pegada de Joe Cocker naquele cenário chamou a minha atenção e me vi cantando músicas como “With a Little Help From My Friends”, “You Can Leave Your Hat On” e as baladas “You Are So Beautiful” e “Up Where We Belong”. Claro que eu não poderia deixar de citar as temporadas de Anos Incríveis, em que eu também curtia a música tema do programa “With a Little Help From My Friends”, o que fez com que minha admiração por Joe Cocker se mantivesse diariamente ativa. A partir daí, foram muitos shows vistos pela TV e posteriormente pela web.

Independentemente da música cantada, Joe Cocker lapidava cada canção com seu espetacular dom ‘áspero’ e sua sensacional presença de palco durante os shows. O ídolo parte para outro plano, deixa-nos órfãos de seu talento organicamente vivo, mas nos seduz através da eternidade de seu brilho e de sua para sempre lembrada força interpretativa. Descanse em paz, Joe!

Como fechamento deste texto, deixo o vídeo que gravei durante o show de Joe Cocker em Porto Alegre, em março de 2012 no Pepsi on Stage. Desconsidere, por favor, a qualidade da imagem. Mas pode deleitar-se com a magnífica qualidade do som do mestre!

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A Social Democracia no Brasil e as “Diferenças Semelhantes” entre PSDB e PT

AECIO-DILMA III

O que mais me espanta nesta eleição presidencial é a tentativa fervorosa de diferenciação que os fanáticos de ambos os lados tentam incutir no próximo. Falam de seu candidato como se fosse algo totalmente ‘diferente’ de seu oponente, como se cada um significasse um oposto significativo do outro. E não é essa a realidade! Eles não são tão diferentes assim.

O que venho dizendo há alguns anos é que tanto as gestões do PSDB quanto as gestões do PT são marcadas pela Social Democracia. Para muitos isso não significa absolutamente nada, mas para quem acompanha ‘modelos’ de governo é bem interessante marcar essas posições, como os europeus fazem em maior escala e outros países desenvolvidos dos demais continentes também fazem.

A diferença entre as gestões de PSDB e PT, dentro do conceito da Social Democracia, se dá em que o primeiro possui uma visão mais ‘economicista’ de SD e o segundo tem como ideal a visão mais ‘social’ de SD. Pode parecer pouco, mas não é, assim como também não é muito, pois ambos compartilharam de muitos dos programas surgidos nos últimos 20 anos. (reitero que o viés de SD é o que os diferencia, como citado acima. Um dando maior ênfase à economia e outro ao social) Outro fator de aproximação é o modelo de relação com os demais partidos, que sempre foi o mesmo dentro dos governos de ambos os partidos nestes últimos 20 anos. Ou seja, o fisiologismo partidário é fator muito presente nas gestões da Social Democracia no Brasil. (Inclusive em termos de escândalos de corrupção e os tentáculos relativos ao alcance em outros partidos)

Concluindo-se que as ‘diferenças’ não são tão ‘diferentes’ assim, parte-se, então, de parte dos fanáticos, para uma super divulgação das pequenas diferenças. Porém, isso se dá apenas em termos de ataques e mais ataques no tocante a escândalos de corrupção, nunca em termos de projetos e propostas. E até nesse campo a igualdade é significativa. Do PSDB vem a Privataria Tucana, a compra de votos para aprovação da Reeleição no Congresso Nacional e o Mensalão Tucano de MG, ‘pai’ do Mensalão do PT que veio em seguida no plano nacional (não vou nem citar outros escândalos regionais). Já o PT apresenta o Mensalão ‘nível Brasil’ e agora o explosivo caso Petrobrás, dois casos emblemáticos e midiáticos.

Portanto, a pequena diferença que existe entre o que apresentam as atuais candidaturas, representantes dos últimos 20 anos de governos Sociais Democratas no Brasil, é que o viés de um é mais ‘economicista’ e a do outro é mais ‘social’. Tudo mais que os fanáticos de ambas candidaturas apresentam como diferente é balela para justificar a conquista de poder. Mas se a ideia é ser o diferente, não seria mais interessante apresentar projetos e propostas claros e objetivos para que esta visão realmente pudesse ser diferenciada e apresentada de fato como diferenciada e positiva?

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Dos absurdos que aparecem em época de eleições: quem recebe Bolsa Família não deve votar!

Acabo de ler no portal do Estadão (http://politica.estadao.com.br/blogs/roldao-arruda/associacao-propoe-suspender-voto-de-quem-recebe-bolsa-familia) um dos maiores absurdos já preconizados desde a volta da era democrática no Brasil: a chamada Proposta da ACIPG – Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa para os Candidatos Locais à Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa do Paraná que defende a restrição do direito ao voto de beneficiários do programa Bolsa Família.

Como muitas das propostas que aparecem nessa época, porém defendidas pelos próprios candidatos, esta tem origem em uma associação de classe empresarial. O que isso significa? Significa desinformação e preconceito, para não avançarmos demais nas qualificações. Primeiro porque é inconstitucional retirar o direito ao voto de um cidadão simplesmente por ser beneficiado por um programa governamental. Em segundo lugar, porque não é apenas o Bolsa Família que beneficia centenas de milhares de eleitores em termos de políticas de governo.

Vamos aos fatos: se essa ideia de retirar o direito ao voto de quem recebe algum tipo de transferência de recursos de governos fosse minimamente séria, teríamos de restringir o voto de quem recebe o seguro desemprego. Ainda, deveriam ser excluídos da classe de eleitores também os empresários beneficiados por programas de governos que direcionam financiamento a fundo perdido para suas empresas. Assim como os grandes agricultores que frequentemente têm suas dívidas perdoadas junto a bancos estatais! Além destes, alunos e professores pesquisadores que ganham bolsas para apenas se dedicar a esta tarefa, perderiam a chance de votar e escolher seus representantes, pois estariam sendo ‘comprados’ pela tal bolsa. Isso para ficar em apenas alguns exemplos de transferência de renda.

Mas é apenas o dinheiro no bolso de um cidadão que faz a diferença para definir o direito a votar? Quem sabe, seguindo essa (i)lógica, os alunos de escolas e escolas técnicas federais da mesma forma estariam dentro desse grupo de excluídos, pois são privilegiados ao ganhar educação diferenciada podendo ser ‘tutelados’ por seus governos que comandam tais escolas (e nem vou falar dos alunos de universidades federais). E determinada cidade que ganha um novo hospital, não estaria sendo ‘comprada’ pelo governo que o construiu? Assim como outra cidade que recebe acesso asfáltico em um governo, não estaria sendo condicionada a votar nos representantes daquela gestão que executou a obra? Claro que não! Se partirmos para esse tipo de restrição, nenhuma ação de governo poderá ser considerada isenta e desvinculada de interesses eleitorais!

O que fica dessa proposta absurda é que o foco sempre se direciona para quem está em um programa assistencial que retira as pessoas da miséria. Como citado acima, por que não ‘avaliar’ os demais casos de transferência de renda? Por que apenas criticar aqueles que mais precisam em termos de necessidades fundamentais, como se alimentar? Tenho plena convicção de que o programa Bolsa Família poderia ser muito melhor administrado, que poderia ser melhor linkado com o Pronatec para capacitar seus beneficiários em termos de qualificação profissional. Porém, é o que está ajudando a alimentar milhões de famílias que antes não tinham o que comer! E, bem ou mal, é condicionado à presença dos filhos na escola e o resultado aparecerá em alguns anos com a melhora de alguns índices no tocante à educação.

Enfim, se o programa tem cunho eleitoral, como cita a associação paranaense, por que outros governos não o criaram antes e se beneficiaram de seus encantos? A resposta é simples: porque nunca o combate a pobreza foi prioridade! Esse documento parece-me muito mais impotência programática (daqueles que estes empresários gostariam de ver eleitos) do que qualquer outro tipo de preocupação ‘republicana’. E, reitero, o alvo é sempre direcionado aos mais necessitados. Que o debate programático volte ao radar, pois há muitas outras demandas importantes para discutirmos nesse período eleitoral.

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A questão Aranha e as teorias da relativização

O contexto. Sempre que alguém quer tentar diminuir o impacto de determinada atitude, fala em contexto. Obviamente, que nada se apresenta isolado, ninguém é uma ilha, mas utilizar o conceito de contexto para legitimar algo é sim uma forma de relativização. E a partir desse mote que entro no quente debate do caso de injúria racial contra o goleiro Aranha – do Santos – em jogo da semana passada na Arena do Grêmio.

Aguardei alguns dias para escrever sobre o fato justamente para ter um panorama mais claro sobre a situação e seus desdobramentos. E entendo que fiz bem. Não sou daqueles que entendem ‘constantes’ fatos isolados como ‘eternos’ fatos isolados e, assim, legitimadores para que alguns descerebrados continuem agindo dessa forma. Assim, como também não vejo o clube Grêmio como patrocinador dessas atitudes, ainda que tenha sua parcela de culpa por, durante anos, subsidiar alguns destes mesmos torcedores que se penduraram nas muretas do setor norte da Arena para gritar ‘macaco’ e grunhir tal qual um primata em claro direcionamento ao goleiro Aranha. Ademais, atitudes individuais acontecem em qualquer lugar, ainda mais em um estádio com mais de 30 mil pessoas pressionadas emocionalmente por uma derrota parcial e provável eliminação.

Entretanto, após o triste caso e sua impactante repercussão, buscam-se fatos semelhantes oriundos da mesma torcida. Ainda que o Grêmio sabiamente não seja um clube racista (pois se assim o fosse não contaria com jogadores e funcionários negros), pequena parte de sua torcida é racista. Há alguns anos, ainda no Olímpico, o atacante colorado Zé Roberto foi hostilizado com grunhidos de primatas enquanto aquecia para entrar em campo. Situação igual aconteceu contra o Cruzeiro e alguns de seus jogadores negros no mesmo local. Neste ano, em plena Arena, o zagueiro do Internacional – Paulão – também foi chamado de macaco e recebeu uma triste ‘performance’ de alguns gremistas imitando macacos. Ou seja, ainda que sejam poucos torcedores preconceituosos, os casos não são isolados. De forma nenhuma!

O termo caso isolado é o principal lema dos teóricos da relativização. Usam desse artifício para preservar o clube e sua torcida (e eles têm todo o direito de agir e pensar dessa forma). O que não consigo aceitar é um diretor do clube falar que o Grêmio foi mais vítima no caso do que o goleiro Aranha. Isso beira o absurdo! Como alguém pode querer relativizar uma situação dessas pensando primeiro em algo institucional (quase abstrato), em detrimento do ser humano que sofreu a injúria racial? Como levar a sério as ações que o corpo diretivo do clube está tomando se um de seus diretores concede entrevista à Rádio Gaúcha afirmando isso? Que haja reconsideração sobre as afirmações dessa desastrada entrevista!

Ainda, os teóricos da relativização gostam de misturar alhos com bugalhos para tentar justificar o injustificável. Li e ouvi algumas pessoas encherem a boca para proferir frases como: “é muito mais ofensivo chamar alguém de filho da p*ta do que de macaco”. Não, amigos e amigas, definitivamente não é! Esses que afirmam isso já perguntaram a um negro sobre o que é pior? Ou apenas trata-se de uma rasa inferência para tentar legitimar o absurdo? Também há aqueles que tentam relativizar o caso em debate falando que há torcidas de futebol que são homofóbicas. E realmente há! Inclusive, a torcida do meu time – Internacional – entoa alguns cantos bem ridículos que versam sobre isso. Falam em “os p*tos do Grêmio” e outros termos desse nível. Eu, particularmente, acho deplorável, pois a torcida do Inter possui outros tantos cantos muitos legais e não precisa desse tipo de artimanha para motivar seus torcedores. Mas o caso em debate não é sobre homofobia e sim sobre injúria racial. Qualquer tentativa de desviar o foco só ajuda a manter esse status quo que cada vez mais se faz presente em estádios de futebol. O caso Aranha é sério e deve ser tratado como tal, inclusive em termos de punições. Assim como é sério e triste o fato de as pessoas definirem julgamentos e linchar virtualmente a tal Patricia, proferindo as piores ofensas sem nenhuma lucidez para avaliar a situação com um mínimo de razão. Enfim, também espero que nossas instituições não prevariquem mais uma vez.

Enquanto o contexto do estádio servir como fator de relativização aos casos de injúrias raciais, não haverá resolução ou diminuição desse problema. Enquanto setores do clube Grêmio e setores da opinião pública do Rio Grande do Sul (sempre dominados pelo aspecto da grenalização doentia) tentarem relativizar esses casos como fatos isolados, a ferida seguirá aberta. E não é disso que precisamos! Precisamos vencer os preconceitos em todas as searas, inclusive no futebol. E a primeira forma para se vencer um problema é aceitar que ele existe. Tentar escondê-lo ou justificá-lo é uma maneira inconsciente de perpetuá-lo.

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O que esperar do GreNal no Dia dos Pais

A rodada de sábado foi excelente p/ o Inter. Hoje basta fazer seu papel, mas isso sempre tem se mostrado o mais difícil nos últimos tempos. Há alguns anos, em situação similar, teve até dirigente falando em “não ser momento de alcançar a liderança”…

De qualquer forma, vários fatores serão determinantes no clássico desse domingo de Dia dos Pais. A estreia do Sr. Scolari no rival, e sua tradicional motivação que entranha no âmago de seus jogadores, além do primeiro clássico no renovado Beira Rio da Copa do Mundo. Ainda que instável, o time do Inter parece melhor, contando também com a volta de Aranguiz. Mesmo assim, no GreNal as forças se equilibram pelo simbolismo que essa partida carrega e pela importância desse resultado no dia seguinte, capaz de transformar medíocres em protagonistas.

Também há fatores outros que podem determinar o andamento do clássico. Um deles é arbitragem, nesse domingo a cargo de Anderson Daronco. Conhecido torcedor gremista pelos lados de Santa Maria, Daronco terá a difícil missão de apitar com isenção o principal enfrentamento dos gaúchos. Nesse sentido, há 2 condicionantes, pois pode se deixar levar pelo coração tricolor ou pode se deixar levar pela tentativa de parecer mais isento ‘do que o Rei’ e deixar de apitar situações para o time azul. (e isso acontece bastante entre jornalistas ‘isentos’ da imprensa do RS em termos de opiniões)

Enfim, temos Abelão X Felipão. Scolari com enorme supremacia em clássicos e também supremo sobre Braga nos demais confrontos ‘externos’. O interessante desses números todos é a chance que os ‘inferiores’ têm de modificar a estatística contra os ‘superiores’. Ou não… Mas o mais importante: que seja um clássico de PAZ para orgulhar pais colorados e gremistas. Feliz Dia dos Pais!

Créditos: Jornal Correio do Povo - 10.08.2014

Créditos: Jornal Correio do Povo – 10.08.2014

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O maior fiasco brasileiro na mais bela Copa da história

Bola_antiga

2014: é a Copa do Mundo mais sensacional que eu pude acompanhar. Sensacional é pouco! A mais fantástica! Tudo bem, pode ser porque eu pude ir ao estádio, acompanhar ao vivo, dou esse desconto a minha própria exaltação. Porém, avalie: média de gols excelente; estádios repletos, com a segunda maior média de público da história das Copas; estrangeiros sendo bem recebidos em diversas cidades; além da integração de seleções estrangeiras com as comunidades brasileiras como nunca antes visto.

E justamente nessa Copa diferenciada a nossa seleção brasileira resolve fazer o maior fiasco dentre as suas participações em Mundiais. Eu não fico triste por perder, pois perder faz parte do jogo. Na verdade, a derrota sempre fez parte para quem tem alma desportista. Vencer é o bônus que poucos alcançam e nós, brasileiros já fomos bonificados em 5 momentos. O que me incomoda é a intransigência, a falta de atenção ao outro, ao adversário. A falta de interesse em notar que estamos menores e precisamos ser humildes para tentar vencer. E a passividade ao ver o surrado corpo cair, é algo desolador. Nosso comandante não tentou nada! Não reagiu a nenhum golpe!

Errar na estratégia é aceitável e muitos já erraram. Ainda que o tamanho do erro dessa vez tenha dimensões asiáticas. Convocação tomada de jogadores medíocres, esquema tático ultrapassado e NENHUMA opção de mudança durante o jogo. Quem não sabia que um meio de campo faceiro seria dizimado pela especialista engenharia futebolística alemã, ainda mais com craques diversos nesse setor? E nem após tomar 2 gols houve mudança nenhuma no time!! Se nós tivéssemos uma confederação de futebol séria, o treinador da seleção brasileira seria demitido no vestiário, durante o intervalo!! Mas na CBF ninguém entende nada de futebol, a especialidade lá é outra, bem determinada pelos caminhos do trambique.

O Sr. Scolari é um vitorioso em sua vida. Tem estrela, títulos conquistados com esmero e competência há alguns anos. Entretanto, parou no passado e não há indicativos de que saia de lá. Proporcionou a maior vergonha da história do futebol brasileiro agarrado a uma convicção ultrapassada e arcaica. A limitação tática dos treinadores brasileiros é fato, mas isso não justifica uma derrota do tamanho desta de hoje, não justifica levar 7 gols em casa, em uma semifinal de Copa. Nem o folclórico Zagallo de 1998 foi tão decrépito quanto este Scolari de 2014. Maracanazo virou gorjeta! A bola da seleção de Scolari é a que ilustra este post. Uma seleção taticamente dos primórdios do futebol.

O que fica é a alegria de o Brasil ter patrocinado a maior Copa da história! Não falo de governos, falo da nação Brasil, dos brasileiros que encantaram os povos visitantes. Somos vitoriosos pela capacidade de realizar a mais bela edição do maior evento esportivo do planeta. Sinto-me realizado! E que tenhamos novas Copas no Brasil para que possamos vencê-la dentro de nossa casa! Quem sabe em 2022 não possamos assumir o lugar do enrolado Catar? Sonho meu…

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O brasileiro precisa de educação digital

Hoje, durante o Fórum de TI do Banrisul, um palestrante falou que o brasileiro precisa de educação digital. E realmente há essa necessidade! Tanto em termos de segurança quanto em termos de conteúdo.

Vou focar apenas no conteúdo: veja o exemplo da moradora de Guarujá que foi espancada até a morte. Um boato absurdamente falso (com o perdão da redundância), compartilhado no FB, conseguiu engajar um bando de alienados ao ponto de assassinar uma pessoa!! Essa quadrilha não parou um segundo para avaliar a veracidade do fato! E essa falta de avaliação é notada diariamente nas redes também em relação a outros assuntos. Analisem o que foi a enxurrada de falsidades sobre o Marco Civil da Internet!

Agora, dando sequência à podridão, a bola da vez é a regulação da mídia, que tentam nos empurrar como perda de liberdade de imprensa, expressão e tudo mais. Quando na verdade, resumidamente, é uma regulação para evitar os monopólios e oligopólios que concentram os meios de comunicação e definem as ‘verdades’ de acordo com suas considerações ‘estratégicas’.

Então, pessoal, mesmo com todas as lambanças que nossos representantes políticos praticam em seus mandatos, não acredite em tudo e se informe antes de disparar o botão de compartilhamentos para qualquer bobagem! Seja digitalmente educado!

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Carta aos Amigos Gremistas!

Há momentos em que, por mais que seja humilhante, devemos aprender com nossos maiores rivais. Fernando Carvalho foi um exemplo disso ao buscar em Koff uma referência vitoriosa. Mas, o que vejo, é que o outro lado tem imensa dificuldade de ser humilde e aprender com o outro.

Assim, segue a fase. No final do ano o Grêmio alcançará o Inter em recorde de tempo de jejum, ou seja, 13 anos e meio. Se houver vida inteligente por lá, é de parar e avaliar profundamente. Esquecer esse discurso barato de torcedor de que vencerão a qualquer momento executando as mesmas estratégias derrotadas. Esquecer a arrogância e ser humilde. Esquecer a editoria da RBS que transforma boas vitórias em jogos comuns em ‘quase’ títulos, chegando a classificar o meia Tcheco como ‘Ser Superior’. Esquecer as lições arrogantes e extremadas do ‘Reverendo Cacalo’, entender que não são únicos e que atualmente estão por baixo. E lembrar como referência própria os grandes títulos conquistados, não um título de Segunda Divisão.

(BTW, arrogância é um tema que me preocupa muito em relação aos ‘novos’ torcedores colorados forjados na era vitoriosa…)

Apenas esquecendo o passado, minimizando aquele discurso de primeiro campeão brasileiro do RS, único campeão invicto, líder do ranking nacional (naquele momento), o Inter emergiu (ainda que o Luigi ‘tente’ nos afundar novamente…). E não apenas dentro do clube deve haver essa conscientização, mas principalmente da torcida. É essa dificuldade que vejo no rival. Em sua maioria, vivem em um mundo paralelo em que se acham os melhores do mundo! Exemplo: dias atrás, vi em comunidades virtuais comparações da escalação do Grêmio com a dos principais postulantes ao título da Champions, já prevendo uma Final de Mundial. Isso é aceitável, do jogo, mas o problema é concluir que o time azul era melhor, no mínimo igual aos grandes europeus…

Então, amigos azuis, fecho esse texto dizendo que não é feio ser humilde. Não é feio, nem errado, aprender com o outro. Errado e feio é continuar errando. E perdendo…

Aflitos

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A Liberdade e a Era da ‘EuCracia’

‘Rolezinho’ virou sinônimo de duelos entre inconsequentes? É isso? A tão reclamada liberdade para os jovens ‘desfavorecidos’ é para praticar a violência? Há alguns anos eu tenho visto a mesma coisa em Porto Alegre, ainda que chamada de arrastão dos bondes, ou algo parecido.

Em um primeiro momento, aconteciam nos parques da cidade, afastando quem queria aproveitar o ambiente, o momento tranquilamente. E agora está dentro de shoppings. E aí os Shoppings viraram a ‘Jeni’, os dilaceradores da liberdade de ir e vir, por tentar bloquear esses ‘eventos’. Mas poucos entendem que a sua liberdade vai até onde começa a minha e de outras pessoas. Parques públicos ou shoppings não são ambientes para duelos, para violência desmedida, para patifarias das mais variadas formas.

Infelizmente, estamos criando um ambiente que transforma a liberdade em ampla liberalidade. Confundem o ambiente democrático com ambientes desregrados, em que tudo se pode fazer, independentemente das consequências disso. Estamos partindo para um modelo de ‘EuCracia’. E os demais que se explodam! Sempre com a desculpa de que devo ter liberdade para fazer o que bem quero. Só que a coisa não funciona assim.

Então, maximizaram os direitos, esqueceram até de apresentar minimamente os deveres. Dever, conceito esquecido nestes tempos. Liberdade, teve seu sentido transfigurado atualmente. E seguimos o rumo de uma sociedade democrática que engatinha… Mas que já deveria estar caminhando. Em que o respeito ao outro deveria ser, digamos assim, no mínimo, respeitado.

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O Brasil precisa do Dia da Consciência Negra

Aproveito o dia para tocar no relevante assunto. É muito fácil para quem é branco e de classe média (grupos em que me incluo) dizer que não precisamos ter um dia da Consciência Negra. Em uma sociedade hipócrita, individualista e sem memória, como a brasileira, nunca haverá algum resultado se não marcarmos datas e se não tivermos realizações que relembrem o quanto os negros foram ultrajados durante séculos aqui no Brasil.

Esse papinho de ‘Consciência Humana’ é muito legal, mas é tão vago que não serve nem para motivar um bocejo sequer. Os conservadores sempre têm essa ideia de argumentar com generalizações para refutar ações pontuais e necessárias. É aquela velha história do Delfim Neto: ‘vamos fazer o bolo crescer para depois dividir’. E enquanto o bolo não crescer, apenas os mesmos ficam se lambuzando com seus saborosos recheios…

É mais ou menos assim a lógica conservadora: ‘não vamos falar em consciência negra para não trazer o tema do racismo ao debate e, automaticamente, sermos racistas. Quando lembramos, já estamos sendo racistas!’ Esse é o pensamento mágico! Silencia-se como forma de não discriminar! E discrimina-se como forma de manutenção do status quo vigente. Dos brancos, é claro!

Ademais, esperar que a sociedade brasileira amadureça por si só é a maior das utopias (muito maior até do que aquela dos comunistas). Precisamos de datas que nos marquem, que nos lembre de que ainda há racismo, que ainda há discriminação! Antes da consciência humana, precisamos ter consciência de que o negro que passa ao meu lado ganha menos do que um branco com a mesma formação no mesmo trabalho, entre tantas outras diferenças brutais.

Portanto, paremos com a hipocrisia de criticar tudo que se faz em prol das minorias! Isso se faz nas maiores democracias do mundo, inclusive nas mais liberais! E lá o choro é mínimo! Talvez porque lá a ‘consciência humana’ já tenha despertado…

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A Infeliz Nova Realidade Futebolística do Brasil

Estádio Nacional de Brasília - Mané Garrincha

Estádio Nacional de Brasília – Mané Garrincha

Estádios modernos, novos e vazios… Essa política de elitizar o público dos estádios do Brasil funciona bem em mercados com economia consolidada, em que o público possui disponibilidade financeira para repetir os programas de lazer que custam caro. Não é o nosso caso e dos jogos de futebol em terras tupiniquins!

Um exemplo local: a Arena do Grêmio tem atraído menos público do que o Olímpico, isso com o clube em um excelente momento no campeonato. Será que o torcedor preferia se acomodar no gelado cimento da velha casa do que nas confortáveis cadeiras do novo estádio? Será que nem a novidade fará com que o haja média compatível com a grandeza da nova morada? Não, não bastam esses argumentos, pois economicamente as coisas não funcionam desse modo no Brasil.

Entrando no mérito do meu clube, SC Internacional, ao qual sou sócio, espero que a BRiO, sociedade de propósito específico que administrará o estádio, e o Inter estejam atentos aos acontecimentos desse experimental 2013 e os novos estádios do país. Claro que há uma diferença, nesse caso, pois há mais de 30 mil sócios que poderão entrar sem pagar (nem ao clube, nem à parceira) em todos os jogos. Obviamente que passarão a contribuir com um valor maior de mensalidade, mas pagar R$ 100,00, ainda que seja esse o valor, para ter no mínimo 4 jogos confortavelmente por mês é mais do que aceitável.

A questão maior é custo total da operação. Valores de alimentação e estacionamento estão em um outro patamar de tarifação. E creio que aí não haja espaço para grandes mudanças, pois é a forma de os operadores recuperarem o investimento. Porém, os valores de ingresso e o posicionamento dos ingressos de menor valor é que moldam inadequadamente os novos estádios. Aí, na minha humilde opinião, que a coisa se complica e se desqualifica. De que adiantam estádios novíssimos com enormes espaços vazios em sua parte que mais aparece nas transmissões e que formam o ambiente do espetáculo, a energia do evento?

Creio que a melhor fórmula é trabalhar com o principal atrativo ao público de maneira mais popular, qual seja, o valor do ingresso. Assim, a ‘moldura’ dos estádios estariam mais completas, ou perto disso, e o público que transitaria entre as áreas de comércio seria maior e com possibilidade de aumentar o potencial de compra aos permissionários. É preciso voltar no tempo nessa questão, pois não é porque poderemos ter um maior número de torcedores de classes C e D que os tão almejados novos consumidores do futebol, classes A e B, deixarão de frequentar. Há espaço para todos nos novos estádios! Assim como tem sido há décadas no futebol do brasileiro.

Portanto, há sempre de se lembrar e comemorar a realidade que tivemos em estádios de futebol: a pacífica convivência entre torcedores das mais variadas classes sociais. Ou alguém aqui nunca se abraçou nas comemorações de gol de seu time a desconhecidos e humildes torcedores?

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